Férias
Férias... EU
não procuro praia, vou para o campo
não oiço mar, entendo passarinhos
p'ra nada estou em filas, tenho paz
não cumpro horários, tenho o tempo todo
p'ra nada corro, até consigo ler.
não sou surpreendida com areia, oiço idosos
até a convivência eu evito, anseio solidão
transformo a esplanada em campina
e a minha bica, em água bem fresquinha
o meu sofá arranjo-o nesta pedra
não vou à praça, dão-me umas alfaces
deixei o carro, corro à descoberta
no meu silêncio, oiço aquele jacto
sem movimentos descanso melhor
evito a TV e oiço música
da incompreensão ausculto um ser
as montras , troco-as p'lo viver
e a urbana poluição, por matutino e limpo ar.
Aos prédios chamo-lhes pobres vivendas
o alcatrão vira, para mim, carreiro
até a água eu vou buscar à fonte
recuso abrir torneiras de pressão
banho-me no rio, vejo peixes
troco fogo de gás pela lareira
e o trem inox pelo ferro da panela.
o templo fechado vira céu aberto
o carrilhão é aqui Avé Maria
do frigorífico faço um bom mosqueiro
até a luz fraca da vela me alumia.
Assim consigo férias bem a modo
sem esperas infindas nem demoras
com todo o tempo do mundo faço tudo
na lentidão de quem não sente as horas.
Luísa Fonseca
não procuro praia, vou para o campo
não oiço mar, entendo passarinhos
p'ra nada estou em filas, tenho paz
não cumpro horários, tenho o tempo todo
p'ra nada corro, até consigo ler.
não sou surpreendida com areia, oiço idosos
até a convivência eu evito, anseio solidão
transformo a esplanada em campina
e a minha bica, em água bem fresquinha
o meu sofá arranjo-o nesta pedra
não vou à praça, dão-me umas alfaces
deixei o carro, corro à descoberta
no meu silêncio, oiço aquele jacto
sem movimentos descanso melhor
evito a TV e oiço música
da incompreensão ausculto um ser
as montras , troco-as p'lo viver
e a urbana poluição, por matutino e limpo ar.
Aos prédios chamo-lhes pobres vivendas
o alcatrão vira, para mim, carreiro
até a água eu vou buscar à fonte
recuso abrir torneiras de pressão
banho-me no rio, vejo peixes
troco fogo de gás pela lareira
e o trem inox pelo ferro da panela.
o templo fechado vira céu aberto
o carrilhão é aqui Avé Maria
do frigorífico faço um bom mosqueiro
até a luz fraca da vela me alumia.
Assim consigo férias bem a modo
sem esperas infindas nem demoras
com todo o tempo do mundo faço tudo
na lentidão de quem não sente as horas.
Luísa Fonseca
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