quinta-feira, 20 de março de 2008

Dia da Poesia


Vou começar hoje e agora a eternizar poesia no seu dia. Tentarei lembrar alguns poetas amigos que leio e releio de vez em quando, que deixaram a vida em pedaços repartida, mas nunca serão reconhecidos. É que... não têm costas ...



DE: JOÃO FERNANDES MASSANO

( O poeta alfaiate)

Postal dos Açores

BELEZAS NATURAIS ! Que paz Luísa !

Ante um quadro tão belo dos Açores

com hortênsias azuis e de outras cores

um Paraíso intacto se divisa!

A minh'alma anda triste e bem precisa

de um sítio assim p'ra me tirar as dores ...

Pudesse eu desfrutar desses favores

sentir o clima, o sol, a luz, a brisa ...

De vez em quando, tu, pelos nove lotes

vais ouvir os cagarros, cachalotes ...

Eu não posso, estou longe! mas prometo

inspirar-me na voz do nosso Atlântico

e oferecer-te, porque sou romântico,

um pássaro de fogo, o tal soneto. 1998.08.04

Ainda do mesmo autor

VOZES QUE SE MOVEM

Luísa, sinto o sonho errante como um rio

nas margens de uma flor vivaz que se reparte

Em vozs que se movem ... quero dar-te

nesta canção de afecto que te envio.

O rio corre para um mar de olhar vazio

e eu miro o céu em direcção a Marte

a lua clara acalma o meu enfarte

que me traz a vida presa por um fio.

Hoje, ( dia de Reis) pensei em ti.

relendo alguns dos teus artigos, eis

como na luz dos magos tu persistes.

Por isso o teu perfume segue pela

linha brilhante da longínqua estrela.

Hoje não houve em mim nenhumas vozes tristes!

DE: LUÍSA DE ANDRADE LEITE

ANQUINHA DE MORINGA

Tem anquinha de moringa, a minha terra mulata

quando rola o corpo e ginga por batucar numa lata.

filhinha de negra branca carrega na anca o filho

embala o filho na anca e bate o pé no ladrilho.

DE: Mª LAURA MADEIRA

RUMORES DE MIM

Andam rumores de mim na Primavera

Rosas de sangue a divagar, serenas

Gotas de orvalho tímidas, pequenas,

tapetes de erva e trepadeiras de hera.

Andam rumores de mim na Primavera

Aromas soltos pela noite baça

Pétalas frias, folha que esvoaça

Licor de luz, rotinas de quimera ...

Asas verdes fremindo em cada arbusto

Raíz na terra funda e obstinada

Taça de seiva livre e derramada ...

E eu aqui ...entre o anelo e o susto

Olhando à minha volta inerte esfera

Oiço falar de mim na Primavera.

E, por último, FERNANDO FABIÃO

INÍCIO

Dos teus olhos vejo o mar

recolho a cinza dispersa das estrelas

o olhar desguarnecido das aves.

Sustento o mundo ao ritmo das tuas ondas

E a tua voz é um rio frágil

uma canção tão breve que só as aves conhecem.

Dos teus olhos vejo o mar...

Etiquetas:

1 Comentários:

Blogger alcinda leal disse...

Gostei muito, muito de todos os poemas de poetas incógnitos , como lhe chama! Eu conheço alguns deles.
Não conheço o poeta alfaiate mas gostei da sua poesia.
Obrigada por nos oferecer uns bons momentos.
BOA POESIA ,BOA PÁSCOA!
Bjs

21 de março de 2008 às 19:36  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial