segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Espaço

Sequei a chuva com a minha muito grande vontade.
Sequei roupa e saí, que foi o mais importante. Vim observar, uma vez mais e sempre, a Natureza em que vivo.
Começo a estar rodeada de bons cheiros, de verdes frescos, de rebentação ou recriação (sei lá ?) de todos os seres. E porque tudo transformo em belo, começo, vendo penas escuras e brancas, engravatadas, de voos rasantes e simples que se adiantaram já à tão desejada Primavera.
Isoladamente, o colorido lembra luto e tristeza e até que nem é muito agradável. Conjugado com outros tipos de côres, às vezes casa bem no seu conjunto. É o caso . Por isso encontrei belo nessas penas esvoaçantes que não noutras.
1. 2.
Com pena te escrevo a pena que sofro Esta pena branca tornei-a cinzenta
com pena da pena deste meu esforço pois pena eu tenho que ela seja pena
com pena levanto a pena da pena com pena te escrevo a pena que sente
com pena te digo que enfermo de pena aquele que fala da dôr dessa pena.

Os lançados gritos são, além de chamamentos de atenção, chamamento de parceiros (as) para a vida que começa, aqui e agora, no nosso País.
Sorvo a gritaria dos seres aquando da sua proximidade.
Involuntariamente, sorvo a música que me obrigam a ouvir em altos berros, quando apenas me apetece sorver um café adocicado com o mais belo dos belos - Terra/Céu.
Sorvo a paisagem nem sempre muito nítida por alguma humidade matinal.
E o consumismo ... também o sorvo muito, mas muito involuntariamente.
Porque cada ser tem vontade própria, a sua respectiva adaptação para a sociedade, às vezes é bem complicada. Talvez por isso exista nos humanos e, quem sabe, nos outros, uma capacidade enorme de adaptação e conformidade que nos auxilia na vida, quer social, quer vital.
Mas, à parte isso, é bom conhecermos o mundo e tudo quanto nele existe.
E vejam onde cheguei, por uma ANDORINHA.

Etiquetas:

2 Comentários:

Blogger alcinda leal disse...

E eu tenho pena de não escrever ao correr da pena a pena que sinto de ainda não ter visto este ano essas penas negras que prenunciam amenidades para o corpo e a alma!

27 de fevereiro de 2008 às 10:53  
Blogger Joaquim Moedas Duarte disse...

E assim se vê que, afinal, uma andorinha pode fazer a Primavera...

Bons passeios à beira-vida!

29 de fevereiro de 2008 às 07:50  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial