segunda-feira, 28 de abril de 2008

Cucos ao vento




Presenciando cucos


Vagueando pelo campo senti a Primavera num bico de cuco. Com esta idade já não pude falar com ele como fazia em adolescente. Nessa altura, ao ouvi-lo, dizia-lhe assim:

_ " Ó cuco lá da ribeira, quantos anos me dás de solteira? " E contava a quantidade de sons que ele exprimia, revertendo-os em solteirisse. E não é que ele acertou! Cansada de tanto cu cu contar, abandonava a resposta ... pois solteira para aqui fiquei.

Nunca, no entanto o tinha visto. Não o conhecia de vista, só de som, mas vi-o hoje, lindo, tal qual a foto da esquerda no lo mostra. Aparece para nos lembrar que está melhor o tempo, há mais luminosidade e as fêmeas puxam à gestação. Não precisam, porém, de procurar casa; há sempre quem a tenha já feita e se ainda não tiver habitantes pequenos, fácil é desalojar os grandes. Vivem nas matas, em ramos bem altos, mas nascem já um pouco desonestos, ou preguiçosos. Como pais são estremosos e vestem de cetim os filhos, para que se pareçam com eles.

Mais um quadro da Natureza, cada vez mais inexplicável.

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1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Belo texto e uma bela ideia para um blog dedicado a esses voadores-cantadores-encantadores. Tantos e tão variados são.
Um abraço

30 de abril de 2008 às 11:43  

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