terça-feira, 16 de setembro de 2008

poesia

BOCAGE Nasceu, tal como eu, a 15 de Setembro. Fez ontem 243 anos. Aqui fica registada a minha homenagem.

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n'altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo de níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incansador de mil deidades
( Digo de moças mil) num só momento
E somente no altar amando os frades;

Eis BOCAGE, em que luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Manuel Maria Barbosa du Bocage

Duas anedotas deste poeta
1.
Durante uma festa uma Srª descuidou-se e abriu-se largando fétido cheiro. Ao ver a Srª muito encarnada e aflita, veio em seu socorro gritando:
" Meus Sr.s! O peido que esta Srª deu, não era dela, era meu.
2. Diz a lenda que, um dia ao chegar a casa Bocage sentiu um barulho estranho no seu quintal. Chegando lá constatou que se tratava de um ladrão tentando levar os patos de sua criação e disse-lhe:
- " Oh bucéfalo anácromo! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos meus bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito do meu habitáculo levando meus ovíparos à sorreifa e à socapa. Se fazeis isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha muito elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina NADA.
E o ladrão, confuso respondeu:
- "Doutor, afinal sempre levo ou deixo os patos?"

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