sábado, 2 de fevereiro de 2008

Na cata de...

Despi as árvores, como criança, na cata de ninhos. Na cata de ninhos de passarinhos. Nada encontrei e resolvi tornar a vestir as árvores, para nelas encontrar o verde calmo e fresco das suas folhas multiformes. Borrifei-as de chuva, sacudi-as com vento e encontrei nelas nervuras certinhas de senso comum. Seriam feias, coitadinhas, se fossem tontinhas.
E brilharam ao sol como que dizendo "bom dia" a toda a Natureza. E tudo acordou e tudo se levantou do torpor silencioso da noite, para um novo iniciar.
E repito o ciclo todos os dias. e faço nudez nas coisas que, depois, terei que desnudar. E satisfaço a minha vontade a procurar a dos outros. Violo algumas, quando gosto e preciso de uma ramagem que grita e sangra à minha bruta violência sequiosa de a ter como parceira. Sento-me com ela em chão de relva. Quase a namoro, quase que a beijo. No meu regaço o calor que sente não é vegetal e muito menos habitual ou conhecido, mas muito confortável.
Sente-se bem, gostamos de nós e vivemos juntas dia a dia.

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1 Comentários:

Blogger notyet disse...

Os textos continuam belos.
Só falta o tempero duma foto a condizer.
Um abraço

3 de fevereiro de 2008 às 10:44  

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