terça-feira, 27 de outubro de 2009

OUTRO DIA

pus o Miguel na escolinha.
Arrisquei, como risco é tudo quanto na vida se faz.
Entrei na cabeleireira, mas pouco tempo lá estive. Esperar por esperar, marquei hora e irei lá para as 11 h .
E vim ao Saborear.
À saída do carro dei conta das minhas calças enxovalhadas. Mas saí de casa limpa. Nem dei conta de me sujar.

Soube-me bem a torradinha molhadinha em café ao som (quase violento) de uma música de pum pum pum, mas regada com um fresquíssimo ar de relva acabada de cortar.

O céu faz contraste com a Terra pintada de muito calor amarelo e verde. Nesta altura não será muito natural mas quem influenciará este ambiente? Agradável é, mas não natural. E, daqui a pouco, vou quase rapar o meu cabelo. Sentir-me-ei bastante mais leve e mudo, pronto.

Depois almoçarei roupa velha, mas farei uma sopinha. Faz-me falta . Às vezes até ao lanche me apetece uma. E ao jantar, às vezes, como só sopa e fruta.

De tarde irei ler ou ver televisão, ou então passar a ferro. Mas com este calor é muito difícil.

Férias

Férias... EU
não procuro praia, vou para o campo
não oiço mar, entendo passarinhos
p'ra nada estou em filas, tenho paz
não cumpro horários, tenho o tempo todo
p'ra nada corro, até consigo ler.

não sou surpreendida com areia, oiço idosos
até a convivência eu evito, anseio solidão
transformo a esplanada em campina
e a minha bica, em água bem fresquinha
o meu sofá arranjo-o nesta pedra
não vou à praça, dão-me umas alfaces
deixei o carro, corro à descoberta
no meu silêncio, oiço aquele jacto
sem movimentos descanso melhor

evito a TV e oiço música
da incompreensão ausculto um ser
as montras , troco-as p'lo viver
e a urbana poluição, por matutino e limpo ar.
Aos prédios chamo-lhes pobres vivendas
o alcatrão vira, para mim, carreiro
até a água eu vou buscar à fonte
recuso abrir torneiras de pressão
banho-me no rio, vejo peixes
troco fogo de gás pela lareira
e o trem inox pelo ferro da panela.

o templo fechado vira céu aberto
o carrilhão é aqui Avé Maria
do frigorífico faço um bom mosqueiro
até a luz fraca da vela me alumia.
Assim consigo férias bem a modo
sem esperas infindas nem demoras
com todo o tempo do mundo faço tudo
na lentidão de quem não sente as horas.

Luísa Fonseca

Etiquetas:

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ode

Para ser grande, sê intenso;
nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim, em cada lago a lua toda
brilha, porque alta vive.

Por aniversário

És a lua crescente com teus braços de berço
a tua fala o luar branca prudente
súbito lago transparente.
Arrancar-me de mim em barcos
navegar tuas águas generosas
viajar-te em jardins cobrindo-te de rosas.
Os remos são asas dos anjos que acendi
os dedos flutuantes são lírios para ti.
Cisne calculado no teu sonho de astro
rasgo a noite nua com gaivotas na alma
e âncoras na lua.

Mª Almira Medina

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

para o Dia Mundial da Criança

Eu queria...

Eu queria o mundo
com todos do mesmo lado
Se não há jardins para todos,
Vou dividir os canteiros.

Se os canteiros não chegarem,
uma flor para cada um,
e se as flores forem poucas,
há pétalas.

Enfim! Há cheiro...
Mas todos terão igual.

Uma noite...Um sonho...


A ouvir o rouxinol, adormeci.

E não tardei a sonhar...


Numa casa altiva e bela morava. Tão cheio de calor e amor, que não calculas! De vez em quando tocava o meu coração com o de outro ser, onde eu, encantado, vivia.

Aquela casa, era o meu castelo e eu era o seu rei.

Vivia feliz mas, queria crescer, crescer ainda mais; queria alargar o meu reinado ao mundo; e... um dia...

Um dia, sem pensar, abri a porta do meu confortável ninho e vim passear. A luz do dia e o frio do mundo fizeram-me estremecer. Então, abri os meus olhitos pequenitos, gritei como que a chamar por ti e... ACORDEI.