sábado, 29 de novembro de 2008

Proximidade

Ao abrigo do tempo FLOR DO NATAL
Porque tudo, mas tudo o que vejo me lembra Natal e porque gosto muito da quadra, levei comigo a Cidália à arrecadação na procura das decorações e do meu tão lindo presépio. Andámos de cima para baixo e de baixo para cima transportando caixas e caixinhas, olhem, matando saudades do que só se vê uma vez por ano.
E lá estavam o protector S. José, a adorável Virgem Maria e o ternurento Menino. Com eles os reis e os pastores, as ovelhas, a vaca e o burro.
Noutra caixa, fios dourados, bolas coloridas, enfeites decorativos, iluminações e as sebes de verdura artificial que costumo colocar no cimo da lareira e por sobre a porta da sala. Claro, que deu para um dia inteiro de entretem e de mobilidade pela casa. Mas tudo ficou liiiindo! Tudo me transporta para uma infância e adolescência de saudades e de sonho, e me faz viver interiormente com muita força. Passados tantos anos, vou ainda buscar a ternura do voar, descalça, na manhã de 25/12, da cama para a cozinha, para espreitar o interior do meu sapatinho colocado, no dia anterior, bem como os de toda a família, na chaminé do fogão de lenha existente em casa, na altura. A algazarra de todas as crianças da família acordavam vizinhos e familiares, pela alegria de ser Natal.
E os fritos? Os sonhos, as filhós, as rabanadas, ai meu Deus! Deixem--me aqui que morro de saudades por nada disto poder comer agora !
E os serões de cantares ao Menino ? E a ida à Missa do Galo, onde eu, com alguns 3 anitos, julgava que o galo iria cantar na igreja ?
"Recordações vivas de menina ..."

Etiquetas:

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Avieiros

BATEIRAS DO TEJO AVIEIROS

SINOPSE

Texto retirado de : AVIEIROS - WIKIPÉDIA, com algumas adaptações

"Ti Zaragata é um pescador do Tejo que vive na aldeia das Palhotas, grupo de construções de madeira suspenso sobre as águas, na região de entre V. Franca de Xira e Azambuja.

A sua casa como a dos outros avieiros, é feita de tábuas, tosca, pequena, mas tem o rio como paisagem: amplo, vivo, generoso. É ele todo o seu sustento e todo o seu futuro. O seu passado é a longínqua " Praia da Vieira", de onde todos eles vieram, visto lá ser mais dura a vida. O seu modo é a bateira essa fina barca de popa e ré erguidas para romper as ondas do mar, mas que ali, na mansidão do Tejo, só servem para botar figura.

É aquilo de que mais gosta, o Zaragata. A alcunha bem o ilustra. Bêbado, dá que falar, sóbrio, pesca. Vive com a poesia sem ser poeta, gosta de tocar gaita. Para ser poeta, basta viver como os outros vivem. Basta correr o rio de cima a baixo, bater uma soneca debaixo de um choupo. Basta conviver, soltar a língua. Basta seguir o curso da Revolução de Abril e ter esperança. Basta também saber ficar calado a ver o que se passa.

mas a vida é a vida. E por ali fica o Zaragata, a mulher e os outros ... a ver no que tudo vai dar."

Quem me dera ser o Ti Zaragata! A felicidade deste ser humano resumida a uns poucos passeios fluviais em busca do precioso sustento, é o prazer dos mais pobres. A alegria de uma sopa onde a mulher colocou uma posta de fataça, é alimento acarinhado da família. Os filhos procuram no rosto do Ti Zaragata, mais uma ruga, ou mais tostado solar. E ao fazê-lo correm a abraçá-lo retribuindo com sorrisos a sopinha que lhes tapou o buraquito do apetite ???.

Dormem descansados numa bateira que, por muito que lavada esteja, cheira a peixe por tudo quanto é sítio.

E, na aldeia das Palhotas, de quando em vez, faz-se jus a uma boa bebedeira para se esquecer esta vivência.



segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Opinião

SOLIDARIEDADE
Começou na Comunicação Social o peditório para tudo quanto é coisa. Proliferam por todo o lado as Instituições de Solidariedade Social apenas e só com a benção do Estado e contando, (desculpem) com o ovo no cu da galinha. Acontece, porém, que a necessidade e importância dessas casas é muito grande. No entanto, os cidadãos que possam necessitar dessas instituições, são portugueses e o Estado tem obrigações para com eles. Cria estas casas para outros governarem. Mas como? Se a sociedade vive cada vez mais com o mínimo, se o desemprego cada vez é maior, se os que trabalham cada vez são mais espoliados em impostos e outras coisas, como é possível alguém contar com solidariedade?
E há ainda aqueles que querem contar com os outros para uma simples conversa e que ninguém encontram. Essa é a mais dura noção de vida, tem-se tudo e nada se tem. Esse tipo de solidariedade passa completamente despercebida aos olhos do mundo, e é a mais necessária.
Todos precisamos de ter gomos de laranja com quem repartir pedaços de vida.
Mas financiarmos Instituições de Solidariedade Social, é estarmos constantemente a desresponsabilizar o Estado das suas obrigações. A Comunicação Social enjoa de tanto pedir e eu, carrego no botão e deixo de os ouvir. Quem me ajuda a mim?
Se alguém ler este artº, por favor comente-o, para me fazer compreender o que, neste aspecto, eu não entendo e apenas me irrita.

Etiquetas:

Opinião




Laranjas laranjas laranjas
No fim de almoço, normalmente, como uma laranja de sobremesa. Gosto muito, mas hoje, deu-me que pensar.
Tirando-lhe a casca, o seu interior está cheio de gomos em círculo. Lá dentro um pequeno tubo branco une os gomos, numa atitude de oferta de segurança.
Abri-a. Cada gomo era, para mim, um amigo docinho. Ao encontrar uma semente, acho que esse amigo (gomo) não é tão bom assim. E passo ao próximo, docinho colorido e apetecível lá continuo a contar e a saborear os meus amigos. E foi assim até ao fim comendo laranja, bebendo o seu sumo, lembrando aqueles que eu considero meus amigos. A laranja é o meu mundo, os gomos e o sumo todos os meus amigos.

Etiquetas:

domingo, 23 de novembro de 2008

Flores primeiras


OS FADOS (3)
O PIERROT Letra: João Linhares BarbosaMúsica: Alfredo Marceneiro



Naquele dia de entrudo, lembro bem Um intrigante Pierrot, da cor do céu Um ramo de violetas, pequeninas Á linda morta atirou, como um adeus
Passa triste o funeral, é duma virgem Mas ao povo que lhe importa, aquele enterro Que a morte lhe passa á porta, só por ele Em dia de carnaval, e de vertigem .
Abaixo a máscara gritei, com energia: - Quem és tu grossseiro que ousas, profanar Perturbar a paz das lousas, tumulares E o Pierrot disse não sei, que não sabia
Sei apenas que a adorei, um certo dia Num amor todo grilhetas, assassinas Se não vim de vestes pretas, em ruínas Visto de negro o coração, e resoluto
Atirou sobre o caixão, como um tributo Um ramo de violetas, pequeninas Atirou sobre o caixão, como um tributo Um ramo de violetas, pequeninas.
"... Regressarás, eu sei.
Ao cair da tarde,
com teu ramo de violetas acenderás o meu jardim."
José Agostinho Baptista
Já tenho violetas no meu jardim a espreitarem e sobressairem das suas cordiformes folhas. A singeleza desta beleza contraria a opulência de outras. Eu gosto da sua pequenez sentida, eu gosto do tom roxo e verde da sua roupagem, eu gosto do meu jardim onde começam a florir camélias com sonhos de menina, anémonas coloridas, estrelícias de fogo e jarros brancos. Mas hoje, hoje no meu jardim, são rainhas as violetas.


Etiquetas:

Festividades




CRISTO REi
Cristo Rei Monumento em Almada
Imagem de Cristo Rei em Fortaleza BRASIL
Terminou o nosso Ano Litúrgico com a Festa de CRISTO REI.
Cristo reina, Cristo vence, Cristo, Cristo impera. Mas ... o seu reino não é deste Mundo e por isso mesmo, talvez Ele goste mais de se intitular Pastor e de nos considerar ovelhas. No redil de Cristo todos cabemos e todos somos recebidos em sua graça. Leva-nos aos pastos verdejantes da Fé e alimenta-nos com ternura. Chama todos com um silvo de pastor e, mesmo os renitentes, Ele convida a entrar. Mostra-lhes o poder da sua força, incita-os ao seu verdadeiro conhecimento.
Do seu bornal serve-lhes seu pão, oferta do seu próprio ser, mas não mostra a grandeza , o luxo continuado e os súbditos de um Rei terreno. A sua coroa recebê-la-á quando chegar, em glória, à casa paterna.
Está um belo domingo de sol, parece que chamando as almas ao rebanho deste Cristo Rei. E há tantas tresmalhadas entregues aos silvados da vida ... !
VIVA CRISTO REI !

Etiquetas:

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Festividades


S. Martinho vinho novo, S. Martinho da alegria ... Vamos lá abrir a pipa para satisfação de todos.

Levanto o meu cálice porque em S. Martinho vai à adega e prova o vinho. A festa começa com a abertura da pipa e a prova do mesmo. De repente chegam as castanhas cinzentas de quentes, a pedir o vinho que salta nas taças com gargalhadas sonoras a monte. E viva e viva o nosso S. Martinho com belas castanhas e bom vinho. Há gente que prefere água pé, eu brindo a Baco, eu brindo à vida, eu brindo ao mundo que me fizeram conhecer.
E viva! E viva! E viva S. Martinho!

Etiquetas: