quinta-feira, 29 de maio de 2008

Cântico Negro





CÂNTICO NEGRO


De: José Régio


"Vem por aqui" _ dizem-me alguns com os olhos doces


estendendo-me os braços, e seguros


de que seria bom que eu os ouvisse


quando me dizem: "Vem por aqui"!


Eu olho-os com olhos lassos,


(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)


e cruzo os braços,


E nunca vou por ali...


A minha glória é esta:


Criar desumanidades!


Não acompanhar ninguém.


_ Que eu vivo com o mesmo sem vontade


Com que rasguei o ventre a minha Mãe.


Não, não vou por aí! Só vou por onde me


levam os meus próprios passos...


Se ao que busco saber nenhum de vós responde


porque me repetis: "vem por aqui"


................................................................................


...............................................................................


Ah! Que ninguém me dê piedosas intenções,


ninguém me peça definições!


Ninguém me diga: "vem por aqui"!


A minha vida é um vendaval que se soltou,


É uma onda que se alevantou,


É um átomo a mais que se animou...


Não sei por onde vou,


Não sei para onde vou,


Sei que não vou por aí!


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quarta-feira, 28 de maio de 2008

mar







Algumas das minhas captações fotográficas

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26




Aceites pela Natureza, tal qual somos, vivemos, procurando interajuda e compreensão para os problemas que surgem a toda a hora e assim podermos viver sem desânimo. No meio dos calhaus acariciados pelo mar e o seu cantar, uma tenta dormir, outra já se espreguiça.

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pessoas





E fomos até ao fim. Onde a Terra acaba e o mar começa, onde, em pouco, vimos a grandiosidade criada, mas usufrída por todos nós. E quase me apetece perguntar :
_ Será que esta é a nossa tão amada e ditosa Pátria ?
Ao perguntar, respondo também. Pelas suas belezas naturais, sem dúvida; pela vivência a que nos obrigam, nem pensar! Custa muito ser espezinhado por gente igual, como diz a Constituição , mas muito diferente pelo poder indevidamente utilizado. Até parece que ignoram as dificuldades dos irmãos. O meu país chora, gritando justiiiiiça.
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1ª Experiência
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domingo, 25 de maio de 2008

antúrios brancos


Este, o meu Bom dia de hoje. Achei este arranjo encantador, E cá estão as nossas ilhas queridas.

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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Inatingível objectivo



INATINGÍVEL OBJECTIVO



Para me lembrar de ti, precisei de te esquecer.
Para te poder amar, foi preciso conhecer-te.
Para o mundo admirar, eu precisei de nascer.
Para na vida me encontrar, eu preciso de viver.
Para poder afirmar, aprendi a escrever.
Para te poder negar, tive que desconhecer.
E para tudo na vida, eu precisei de aprender.


Para conhecer a noite, tive que viver de dia.
P’ra poder cantarolar, inventei a melodia.
P’ra decifrar uma ave, dependurei-me num galho.
P’ra criança conhecer, procurei nela agasalho.
P’ra saber o que era o bem, tive que sofrer o mal.
P’ra viver de fantasia, conheci o que é real.
P’ra mostrar a minha vida, plantei uma árvore,
Escrevi um livro,
Mas não tive um filho.

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amor perfeito

Ando no jardim. Arranco ervas, procuro caracóis malvados, tiro folhas e flores velhas e, querem lá saber? Achei humildes e selvagens violetas que não resisti à tentação de cortar e colocar numa pequena jarrinha em cima da minha secretária Achei-as, porém, tristitas e, pensando melhor, voltei ao jardim. Talvez precisassem de companhia, como tantas vezes a dona. E, reparei que este amor perfeito me pediu para acompanhar na jarra, as pobres violetas. mas, ó meu Deus! No meu jardim, até as flores me falam! Fiz-lhe a vontade, cortei-o e coloquei-o no meio daquelas meninas. E por fim de fantasia, não é que as violetas sorriram?

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Fim de tarde

hortenses




Durante todo o ano ou quase, basta chegar ao jardim ou a uma varanda, para me considerar a viver nas pérolas que são as nossas ilhas. As estrelícias visitam-me quase durante todo o ano. As camélias, em pleno Inverno e agora, vejam! Tenho uma profusão de hortenses de variado colorido. Não sei porquê, essas da foto ficaram desmaiadas, mas são bem encarnadas. Também as tenho rosa e até azuis, só que estão um pouco mais atrasadas. Sei que as há até brancas. Não conheço a origem delas nem das estrelícias, das camélias sei. Mas hei-de ir investigar, com tempo. E viajar pelas belezas naturais, dá cá um gozo, que só visto.


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mar oestino

Visitei este senhor num péssimo dia (primaveril? ). Assim a foto tem uma base cinzenta, mas muito real. Era assim o meu amigo mar neste dia. Aquele que desconhece mentes ou políticas, o que nos mostra implacável poder. E bate que bate na Terra que o confina, porque tem vontade de a ultrapassar. E corre apressadamente na mira do que anseia e lhe pode fugir. E molha bem longe, atirando seu sal às nuvens e às gentes que tanto o observam. E continua seu canto de ondear, de vai e vem contínuo, marcando sua presença indelével. É a sua grandiosidade e incompreensão que, de quando em vez, me obriga a frequentar a sua sala de visitas, onde nunca me encontro só.
E somos amantes, abraçados no mesmo ideal de surpresas, trazidas e levadas por ele. E somos crianças, na contínua descoberta dos seus segredos. E somos reis, quando entramos nele e o dominamos. Este sim, é o meu mar. Porque gosto de o sentir forte, cheio de espuma de sabão, cheio de mistérios...

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terça-feira, 20 de maio de 2008

árvore florida



Durante o meu passeio matinal e percorrendo uma distância que vai da estrada ao convento do Varatojo, encontrei esta árvore de espanto. É uma árvore enorme, cheia de flores amarelas. O seu nome não o sei. Se alguém mo quiser dizer, caso saiba, ficar-lhe-ei muito grata.


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domingo, 18 de maio de 2008

bolbos floridos





Não sei o nome desta planta. Vivia no meu jardim, mas como era petisco dos caracóis, tive de a colocar noutro lado.

Consegue ter todas as folhas roídas ??? deles. E a uma sua irmã, como não dei conta, até o pé redondo lhe cortaram. Eu sei que eles precisam de comer, mas as minhas flores ! NÃO! NÃO! NÃO!

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jacarandás



JACARANDÁ (fruto)


Na minha mensagem anterior falei numa flor de encanto, da árvore jacarandá. É uma flor tubulada, anilada,muito saborosa, de pólen, para os insectos, principalmente os zangãos. No entanto a sua inseminação não é feita por eles, mas pelo vento que rouba as sementes aos seus frutos. Mas não ficaria completa a minha lembrança, se me esquecesse deles. Castanhos, bitonais e quase tão duros como a madeira. A propósito de madeira, em tempos muito idos, a madeira desta árvore era utilizada para marcenaria de LUXO. Quase sempre e ainda hoje, estes frutos são utilizados por certos artesãos para a execução de lindas flores.
Conforme esta árvore respeita o Verão vivendo muito nele, também respeita o Inverno com a sua nudez. Amanhece de flores para mais tarde se vestir de verdes folhas. É de folhagem caduca.
E, para finalizar este assunto, apenas um pedido, Não passem indiferentes perto desta beleza natural. Há pelo menos uma no centro da cidade, perto da Havaneza. Ela já começou a chegar, em breve estará aí com toda a pujança. Abram-lhe as portas, deixem-nas entrar, para vosso gaudio. Bom domingo !

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Jacarandás

Queridos jacarandás!

Querido jacarandá florido!

Muito utilizado na urbanização urbana, esta árvore é ornamental e de inigualável beleza. Segundo alguns, nasceu no Brasil, de onde se exportou para a África e Europa. Aliás a sua propagação é feita através de sementes contidas nos frutos (verdadeiras cápsulas de madeira). Cápsulas essas que, depois de exteriorizarem as sementes, se podem utilizar artesanalmente para a confecção de lindas flores.

Lisboa tem algumas avenidas vestidas de roxo, nesta altura. Quando se vai à Feira do Livro de Lisboa no Parque Eduardo VII, pode observar-se a beleza de algumas. E aqui no Oeste também.

É pelos fins de Maio que esta árvore nos comunica a chegada do Verão, já que ela aprecia imenso o seu calor. Ou não tenha ela vindo de países tão quentes!

Mas atenção! Cuidado! Ela detesta carros estacionados debaixo dela. Vinga-se cobrindo-os com flores velhas, cuja tinta estraga muito a pintura dos carros.

E não há bela sem senão.

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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Vivo aqui


VIVO AQUI
entre o céu e o mar e aquela nuvem terna
de algodão rosa feita onde
nenúfares faço com mistura de incenso
e perfumadas visitas de hibiscos hera e boganvílias
VIVO AQUI
e sinto todo o meu ser de gente altiva
entre o céu e o mar e aquela terna nuvem rosa
beijo ciúme abraço minutos e...
continuo aqui.

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sábado, 10 de maio de 2008

sábado

Cá temos um novo sábado, com pouco sol, chuvinha e vento. Cá temos os amantes do desporto matinal,as donas de casa carregadíssimas, as crianças felicíssimas porque, pelo menos uma vez por semana, têm pais que as tragam para o parque e que brinquem com elas. Pelo menos uma vez por semana largam as filas, os bibes, os chapelitos todos da mesma côr e as formalidades. Limitadas á liberdade ad limite, sujeitas e muito a todas as adversidades, acho-as um pouco infelizes, comparando-as, se bem posso, com a infância que tive. Mas pronto, serão felizes à maneira das possibilidades da vida de hoje.
Gostaria, mas quem sou eu para gostar ou desgostar, que dentro das famílias de hoje e, apesar de todos os condicionalismos, houvesse tempo para se trabalharem afectos e formar a moral. Essas coisas são tão imprescindíveis nas crianças como o chapelito na cabeça, em dias de sol. O problema reside na falta de tempo dos progenitores, pois na Escola não há consentimento para tal. Não quero acreditar que o mundo queira crianças criadas ao Deus dará. E muito menos acredito que a alma das crianças não exista. Porque existe e porque tem que ser limada e burilada é que eu acho enorme a necessidade da formação moral e do trabalho dos afectos. Uma condição essencial para, é o exemplo de vivência familiar.
- Estou a ouvir os meus leitores - "É tudo lindíssimo em papel, mas na prática ... "
E é verdade o célebre ditado "´... faz como ele diz mas não como ele faz ... "
E vou-me andando que nada resolvo. Tudo fica e ficará na mesma. Nem sequer é "água mole".

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sexta-feira, 9 de maio de 2008

modos de vida



UM DIA SEM RISO É UM DIA PERDIDO

Não perdi este dia apesar de ter rido pouco. O andar nas ruas cruzando com todo o povo, numa altura destas, não dá que rir. Mas encontrei este pândego, qual Mimo, que mesmo sem vontade, ria e fazia rir os transeuntes. Uma caixa colocada lateralmente, dizia a todos que era urgente fazer qualquer coisa para se sobreviver. E como o que tem que ser tem muita força, utilizava toda a que tinha, para fazer dinheiro. Mais à frente um duo muito jovem, brincava com o fogo, fazendo efeitos engraçados. Um deles fingia que engolia fogo, para em seguida o vomitar, numa de ... nem sei de quê. Mas estes trabalhavam, como podiam.

Outros há que nada sabem fazer, porque não querem.

Mais além um outro faz de Homem Estátua, parado e quedo que nem um rochedo. Difíceis todas estas artes. Fazem-me pensar e muito, em como a vida é dura para todos. Será que, desta maneira, conseguem uma sopa diariamente? E cama onde dormir? Terão algum subsídio?

Houve um que me disse que tinha um curso feito no Chapitô, mas que não conseguia mais nada que aquilo, uma vez que a maior parte das empresas circenses, onde pode trabalhar, são empresas familiares e não estão muito bem financeiramente.

Gosto de comunicar com as pessoas que se cruzam no meu caminho, até para compreender um pouco melhor a vida. Mas encontro gente muito fechada, aparentemente receosa de algo dizer, enfim.

Visitei uma feira de antiguidades. Outra das coisas que me impressiona. Dou conta de todo o comércio estar paradíssimo, a ponto de haver muitas lojas que abrem e fecham sem vender nada diariamente. Ao olhar para uma feira de antiguidades, não compreendo como é que vivem essas pessoas, pois muita gente vai ver, mas raramente vejo vender alguma coisa.

E são estes e outros modos de vida que me fazem pensar.

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quinta-feira, 8 de maio de 2008


Continuo com os ternurentos animais. Tão queridos!

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miau

Numa de animais, este dormia em cima de um telhado. De repente abriu os olhos como que para ficar bem na foto. Vaidoso, hem?

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Olhem só esta ternura penugenta! Entrou na minha casa, veio visitar-me, muito nervoso, coitado, demorou a acalmar. Deixou-se fotografar e por fim lá o pus a mexer.

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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Porco



Um tal doutor de saúde
Namorava à socapa, da montra
De um salsicheiro, um tal presunto
De um negro, salgado e buxa
P´ra sua alimentação.

-Não lhe chego, está bem alto,
Sr. talhante, que diz?
-Está verde Dr. está verde,
fui eu mesmo que o fiz.
Não secou, não teve tempo
Tornar-lhe-ei a pôr unto.
Passe por cá amanhã
E veja lá se redige
Um poema por um presunto.

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Dúvida









TRITONGO



De vogais, bonito conjugou
O feio misturou o raio
Com a ideia que justificou
Raia com meninos e jaia

Com peia ou teia neste conhecer.
No joio entendi pipiai
No bico deste pronto amanhecer
Onde o paiol diz: vigiai

A naiade fiou seus fios d’água.
Às fontes freio pôs e assim deixou
De peias teias sem váqua
Corrente de tritongos que pintou.

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Quase plagiando




CARTA PARA ANA, MINHA AVÓ



Tens noventa anos.
Fisicamente és velha, dolorida nem tanto. Foste bela no teu tempo. Sabes ler, escrever e contar por via do vil metal que teus pais pagaram. Tens as mãos um pouco deformadas e os pés sem joanetes.
Toda a vida orientaste trabalhadores rurais nas próprias terras que herdaste e de onde sempre viste o nascer e o pôr do sol. Ias ao largo da Igreja contratar pessoal depois de conversares com os teus colegas de profissão sobre o preço da jorna.
Cortavas trapos que eu enrolava em bola, depois de cosidos, para uma qualquer manta, enquanto me contavas histórias, ao serão, à luz do velho candeeiro de petróleo. Às vezes, enquanto eu lia uma história infantil, fazias as contas do pessoal, para assim poderes fazer pagamentos no dia seguinte.
De ti ouvi contar certas questões de família,...
“ Trave da tua casa, lume da tua lareira” duas vezes engravidaste e duas vezes deste à luz. Não tiveste tempo para mais. A guerra levou-te o marido na idade em que mais o devias ter. Sabes muito do mundo. Entendes política e contas-nos episódios desde o regicídio até bem dentro da ditadura. Conheces economia, alguma literatura, a filosofia empírica da vida e, a fundo, a religião. Tens mais do que o vocabulário elementar, pois o herdaste com os pertences. Afliges-te com o sofrimento humano, (doenças, catástrofes, guerras...) mas não com o roubo dos coelhos das vizinhas. Na urbe cabem mil aldeias e era impossível conhecer todos.
Nunca te conheci ódio porque o não conheceste. Dedicações, sim, conheci-te muitas, assentes no muito ou pouco que te mereciam as amizades.
As palavras Vietname, como Iroshima e Nagasaki diziam-te muito, porque adoravas ouvir as notícias na rádio e lê-las nos jornais. Com os familiares da mesma idade, procuravas saber causas e consequências desses fenómenos que tanto te massacravam psicologicamente.
Nunca conheceste a fome, nem a deixaste conhecer a quem estivesse perto de ti. Na tua serena fisionomia, no teu rosto claro e rosado, escondias o “teu pequeno casulo de interesses”.
Eras alegre e os teus olhos claros faziam jus à tua alegria. Tanta vez te vi rir!
“Estou diante de ti” e bem te entendo. Sou da tua carne e sangue, criaste-me como foste criada e por isso bem te entendo. Vieste a este mundo como mais tarde tu o deste em seguida. Lidaste a tua casa, o teu quintal, conversaste com os lagareiros no lagar, alimentaste vindimadores, baptizaste e casaste vários filhos seus. De toda aquela gente eras madrinha, mesmo sem o seres.
Foste bela e muito inteligente para a época. Conheceste o mundo e por ele sofreste. Nunca precisaste, em altura alguma, que to mostrasse. Nunca poderia saber dele mais que tu.
Nunca nos sentámos à soleira da porta, porque era feio e vivíamos num prédio. Mas, localizávamos constelações sentadas à varanda, em noite estival. Viajávamos pela estrada de Santiago à luz de candelabros siderais da negra cúpula pintalgada que nos envolvia. Imaginávamos histórias de santos e de fé, como a de Sta Teresinha, quando, com apenas 4 anos, disse ao pai, olhando o Universo: “O meu nome está escrito no céu.”
Também me disseste imensas vezes que: “ O mundo é tão bonito!”, mas nunca me disseste que terias pena de morrer.
Sabias, porém, que o fio da vida era a luz esbatida da candeia de azeite, assim como sabias que a chama acabaria quando o azeite acabasse.
São todos estes saberes que eu entendo e só não te entendi melhor porque também tu não tiveste culpa.


Desculpem, senhores, mas a belíssima carta de José Saramago a “Josefa minha avó”, fez-me regressar à infância onde a miséria existia, verdade se diga, o compadrio existia, verdade se diga, mas também verdade se diga, que nada desapareceu ainda.




Lembrando a avó desaparecida

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Calendário temporal

Quer se goste ou não, quer se queira ou não, vive-se, todos os dias, mais um. E quando se não quer monotonia, pensa-se. Por alguma razão, as crianças desenham a cabeça humana como uma bola. É que ela, cada vez mais, tem que girar, girar e girar em volta do pensamento e da imaginação, para poder criar. Para se desfazer e matar a rotina, temos, obrigatoriamente, que pensar em andar ao contrário dos outros. De tal maneira eu ando ao invés que desemboquei no saborear e até vi alguém que entra no que é meu com a mesma facilidade com que eu entro no dele. Comunica e gargalha: eu comunico em silêncio com a possibilidade que tenho de pedir à caneta que escreva o que lhe dito. Claro que nem sempre obedece. Coitada! Se não tiver que comer, não obedece mesmo e tem a certeza que vai para o lixo. É coitada pelo seu fim tão indigno.
De quando em vez, gosto de dar ânimo aos inanimados. Gosto de conversar com eles, de adivinhar as suas respostas ou opiniões e principalmente, gosto de os sentir vivos. Não lha sopro e não os vejo mexer, mas, nunca como hoje, existiu o ser virtual, aquele cuja vida depende da nossa vontade, que vive connosco, nem que seja através da força de um clic informático.
Engraçado este tipo de comunicação. Porque somos um singular/plural que nem sempre se compreende, mas que existe em todos os que quiserem viver. Porque a vida não deve ser rotina nem facilidades, tento viver a meu jeito, ser eu com muitos, ou muitos comigo. E pronto.
Fixei um tufo de amores na minha retina. Quem sabe um dia conversarei com eles.

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segunda-feira, 5 de maio de 2008

manhã comunicativa

Rãs

E fui ao parque. Dizem que a comunicação que tive, é a de todo os dias. Passeei ao som de rãs que numa comunicação pouco perceptível para os humanos, coaxavam, tocando como que numa perfeita orquestra os bons dias ao mundo. E porque sou muito pouco conhecedora das coisas do campo, desconhecia-as á vista, no seu habitat. Hoje deixaram-se ver, fora de água mas húmidas, sobre pedrinhas, algumas musguentas de verde. De contente, por ver tudo o que vos conto, comentei a minha surpresa com alguém, que me informou que eram "relas". Não conheço o termo, mas com certeza é o termo popular para o erudito rãs. Gostei imenso de encontrar este meio de comunicação. Como o mundo comunica connosco de todas as maneiras e feitios e a qualquer hora! e a propósito veio-me à lembrança o célebre calceteiro "Tino" de Rans. Grande comunicador de muita asneira.

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sexta-feira, 2 de maio de 2008

Arrozais em Montemor o Velho







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Montemor o Velho







MONTEMOROVELHO - Castelo


O Castelo de Montemor o Velho é a maior fortificação do Mondego e uma das maiores do país, tendo desempenhado um papel importante nas lutas pela reconquista do território aos mouros.

As partes mais antigas são as duas fortes torres junto à Porta da Nª Srª do Rosário do séc.XXIII e a base da Torre de Menagem que inclui silhares romanos, talvez da Alta Idade Média.

Actualmente é constituído por 5 partes, a saber: castelejo, cerca principal, barbacã envolvente, cercado do lado norte e o reduto inferior.

Podem ser observadas as ruínas do Palácio, ou Paço das Infantas, cuja construção se atribui a D. Urraca, no séc. XI/XII.

Foi neste castelo que a 6 de Janeiro de1355 D. Afonso IV ordenou a morte de D. Inês de Castro.


Além do castelo onde tirei estas fotos (atenção Prof.), visitei também a Igreja de Sta Maria da Alcáçova.
Vi arrozais a perder de vista e cegonhas procurando alimnto neles.



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quinta-feira, 1 de maio de 2008

namorados

Invento teu ser num despertar sentido
de ideias e imaginação
sacode-te o vento que te sopra alma
desgrenha-te o cabelo p'ró sentires melhor

e invento teu ser num baloiçar de coisas
que quase desimagino em ti
acordas como recomeçar sempre
e nunca e outra vez num suplício de
mim do meu do teu do nosso odor.



Pensamento do dia

"Se de ternura sei viver, porque espero para ser terno"

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Quase


QUASE
quase que é misantropia
o torpor seco em que me encontro
pelo desencontro de verdade ou
ignorância da mesma
quase que é misantropia
a solidão do poeta que se
repete em palavras vivas e sãs
mas ilegivelmente mortas
quase que é misantropia
o desconhecer voluntário do mundo
que se crê grande mas de difícil
ou nula comunicabilidade
quase que émisantropia
o tédio ou a aversão que sinto
pelo que quero e não alcanço
por este ou aquele alguém que me ignora

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