AINDA OUTONOEntristece-me o despir das árvores, os primeiros frios, o baixar solar e a consequente diminuição dos dias. Desço mais cedo os estores e cada vez os levanto mais tarde. A noite vai crescendo até que Natal seja e com ela a tristeza de falta de luar, a maior solidão e tristeza vão-se instalando.
Nas urgências nocturnas cada vez aparecem mais séniores, muito pela falta de companhia, muito por tudo o que aumenta com a noite.
Conheço o passar do tempo, sei que, obrigatoriamente, terá que haver dia e noite, mas nem sempre existe luar na noite. O Outono também nos traz os primeiros frios. Já se sentiram nos corpos meio desprevenidos. E cheira a vinho mosto e alegria de uvas, a cestos vindimeiros e filas de tractores. O Oeste vinhateiro mostra uma das suas riquezas - a vinha . Colorida e sêca, há muito que pede para ser libertada dos seus frutos e aliviada do seu peso. E o homem ouve-a e satisfaz-lhe o pedido. E há alegria no ar, das bocas vindimadoras, ao cortar o néctar outonal.
E a paisagem vai mudando a pouco e pouco, e a vida vai continuando num copo de vinho.
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