sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Halloween




BAH AHAHAHAH
Falta-me um lençol com buracos nos olhos para sair gritando por aí.
Lembro-me de me vestir de bruxa e de cavalgar no seu pau de vassoura lá para Santiago.
Mas não deixo passar em vão este Halloween que tanto festejei.
Apetecia-me entrar na casa assombrada para encontrar o tal fantasma que só me faria rir e ouvir gritinhos e gritos para brincar.
Nesta altura as abóboras são rainhas e todo o esplendor da iluminação num quarto escuro, amedronta.

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Poesia

DE: Cristino Cortes



PROCURA

Ando à procura, Oh meus amigos! Ando à procura
E isso não quer dizer que algo tenha perdido;
Direi mais como predisposição, sexto sentido
Em tudo vendo a luz, até na noite escura.

Começo logo de manhã e assim começo o dia
Quase sempre tudo antecipando ainda antes
De acordar; doseio curiosidade e espanto
Envolvência e gosto, almofariz de alegria...

Faz-me falta, é certo, faz-me mesmo muita falta.
Essa procura leva-me do início do dia
A melhor hora, como quem abrindo a gelosia
De alma aberta sorve a energia que o assalta.

É uma atitude, mais persistência que mania.
Oxalá de tanto a procurar não fuja a poesia

Poesia

DE: ANTÓNIO NOBRE


Serenidade, serena idade


Ai, quem ma dera no coração


a grande noite da claridade


Uma sincera saudação





Não ser o silêncio, não ser coada


Voz do saber, polpa de livro


Ter um armário de risos brandos


Um sonho apenas, dúctil e vivo.





Serena idade, serenidade


Talhada em ónix, ou amassada


De madrugada, de liberdade


Na liberdade da madrugada.

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domingo, 5 de outubro de 2008

AINDA OUTONO

AINDA OUTONO

Entristece-me o despir das árvores, os primeiros frios, o baixar solar e a consequente diminuição dos dias. Desço mais cedo os estores e cada vez os levanto mais tarde. A noite vai crescendo até que Natal seja e com ela a tristeza de falta de luar, a maior solidão e tristeza vão-se instalando.
Nas urgências nocturnas cada vez aparecem mais séniores, muito pela falta de companhia, muito por tudo o que aumenta com a noite.
Conheço o passar do tempo, sei que, obrigatoriamente, terá que haver dia e noite, mas nem sempre existe luar na noite. O Outono também nos traz os primeiros frios. Já se sentiram nos corpos meio desprevenidos. E cheira a vinho mosto e alegria de uvas, a cestos vindimeiros e filas de tractores. O Oeste vinhateiro mostra uma das suas riquezas - a vinha . Colorida e sêca, há muito que pede para ser libertada dos seus frutos e aliviada do seu peso. E o homem ouve-a e satisfaz-lhe o pedido. E há alegria no ar, das bocas vindimadoras, ao cortar o néctar outonal.
E a paisagem vai mudando a pouco e pouco, e a vida vai continuando num copo de vinho.

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